26 de abril de 2011

CRISE ECONÔMICA 2008-2009

Aos meus colegas que me perguntaram sobre a crise econômica, vai uma explicação mais
simples, ou melhor, eu espero que mais simples.

Bancos, negócio primordial: lucrar com empréstimo.

Quanto mais clientes tomando dinheiro e maior quantidade, melhor, então o negócio é emprestar para segmentos de mercado específicos, no caso americano, imóveis. Por isto a crise foi chamada por alguns de “crise imobiliária”, por outros, de "crise do subprime "(crédito de risco).

Funciona parecido em todo o mundo, o cliente pega o dinheiro e assina os papeis assumindo as dívida. Em parte do mundo o controle por parte de quem concede o empréstimo é alto, especificamente se o tomador tem capacidade financeira para quitar, são garantias necessárias para que o banco não fique no prejuízo. Mas isso restringe a quantidade de cliente e conseqüentemente de “lucro provável”. Como os banqueiros só enxergam lucro, no país mais capitalista do planeta as normas são bem flexíveis visando não restringir a distribuição de crédito, gerando assim uma quantidade de devedores enorme e sem garantia real de quitação.

Na prática o que aconteceu: os bancos se encheram com papeis de reconhecimento de dívida, aí então eles começaram a vendê-los. Qual a lógica deste negócio? Quem comprava abaixo do valor imaginava que em algum tempo teriam um lucro acima dos demais investimentos do mercado. Seria um “negoção” se os devedores primários tivessem capacidade de resgatar estes papeis, isto é, de pagar.

Os primeiros bancos (estrangeiros na maioria) que tentaram receber estes investimentos descobriram que a banda não tocava bem do jeito que foi anunciada, os devedores não tinham dinheiro para resgatar, portanto eles estavam com papeis podres na mão e papel sem lastro não vale nada, é prejuízo na certa. A notícia se espalhou e todos os bancos que tinham comprado estes papeis correram para tentar salvar o máximo possível.

Como balanço de empresa não espera “dindim” entrar no caixa, começaram a ficar deficitários. Instituição nesta condição perde valor de mercado, o povo começa a concluir que o banco vai falir, os correntistas começam a tirar seus investimentos dele e o fim é realmente a falência. Para evitar que isto acontecesse, eles recorreram aos seus governos, cobriram os rombos nos balanços e aparentemente pareceram saudáveis.

Os bancos tiveram que restringir credita, pois não tinham dinheiro para emprestar, isso virou uma bola de neve mundial, veja:

• Banco sem dinheiro não dá crédito;
• Consumidor sem crédito não compra;
• Comércio sem comprador não compra da industria;
• Indústria sem pedido do comércio não produz;
• Sem produção não há necessidade de empregados;
• Desempregados não têm renda;
• Sem renda não há crédito;
E tudo outra vez, outra vez, outra vez ......

Teoricamente seria este o final, um caos econômico global imensurável. A sorte é que em alguns países, com é o caso do Brasil, as regras no setor financeiro são rígidas ao ponto de evitar situações como esta, entretanto, se por um lado conseguimos evitar que nossos bancos comprassem estes papeis, não conseguimos evitar que nossas empresas reduzissem suas produções por falta de compradores no primeiro momento da crise, foi por isso que o governo estabeleceu regras de crédito e redução de impostos para que a perda de vendas para o exterior foi suprida pelo consumo dentro do país.

Se conseguimos concluir que a “culpa” foi da falta de critérios para empréstimos nos USA, a pergunta é : mudou alguma coisa depois da crise? E a triste resposta é: NÃO, eles continuam sem estabelecer regras convincentes de crédito. Então outra pergunta se faz necessária: Se eles não mudaram nada, pode voltar a acontecer tudo outra vez? Atreveria a responder que esta é o forma mais garantida de ganhar dinheiro, se o devedor não pagar, o governo paga. Portanto, se eu fosse o banqueiro já estaria preparando outra.rsrsrsr.

É assim que funciona o capitalismo: Nos países fortes os governos estancaram a hemorragia, mas nos outros a “merda” continua e quem sofre é o povo.




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